Um velho mestre decidiu ir ter com o seu discípulo visitar a aldeia mais pobre entre as aldeias mais pobres da região. Quando chegou, dirigiu-se ao casebre mais miserável de todos.

Assim, o mestre e o discípulo entraram numa casa de pouco mais de seis metros quadrados na qual vivia pobremente uma família composta pelo pai, pela mãe, quatro filhos e dois avós. Contudo, apesar da penúria, aquela família possuía um bem, extraordinário, tendo em conta aquelas circunstâncias: uma vaca faminta cujo escasso leite lhes servia de alimento, insuficiente, é certo, mas o único que tinham.

 

O pai, pobre mas hospitaleiro, convidou o mestre e o discípulo para passarem a noite com eles. No dia seguinte, muito cedo, assegurando-se de que não acordava ninguém, o mestre disse em voz baixa ao discípulo:

- Chegou a hora da lição.

O mestre, sob o olhar atônito do discípulo, sacou de uma adaga e degolou a pobre vaca.

- Que espécie de lição é que deixa uma família sem nada de nada? – queixou-se o jovem discípulo.

- Regressemos a casa – foi a única resposta do mestre.

Um ano mais tarde, o mestre e o discípulo voltaram à aldeia para saber o que tinha acontecido àquela família. Mas, no lugar onde antes estava o casebre miserável e sujo, erguia-se agora uma casa grande, limpa e bastante luxuosa.

Viram sair o pai. Estava bem vestido. Cheio de orgulho e com alguns quilos a mais. O homem, que não suspeitava de que o mestre e o discípulo tivessem sido os responsáveis pela morte da sua vaca, contou-lhes que, no dia em que tinham partido, algum invejoso tinha degolado selvagemente o pobre animal.

- Aquela vaca era o nosso sustento. Toda a gente nos respeitava porque tínhamos algum leite. Quando vimos a vaca morta, percebemos que estávamos em verdadeiros apuros e que teríamos de reagir. E foi o que fizemos. Decidimos limpar o pátio que existe nas traseiras da casa, conseguimos algumas sementes e semeamos batatas e alguns legumes para comermos. Passado pouco tempo, percebemos que a nossa quinta produzia mais do que necessitávamos e começamos a vender. E, com os lucros, compramos mais sementes, e assim tem sido até hoje. Acabo de comprar a casa em frente para plantar mais batatas e hortaliças e algumas…

Enquanto o orgulhoso pai continuava a falar sem parar, o discípulo deu-se conta de que aquela vaca tinha sido durante muito tempo não apenas o seu único bem, mas também a corrente que mantinha toda a família presa a uma vida de conformismo e de mediocridade.

Gabriel García de Oro (2011) - StoryTelling – a magia das palavras de - Gestão plus
(Fábula inspirada na versão do Dr. Camilo Cruz)

AINDA ESTAMOS CHORANDO POR QUE PERDEMOS A "VACA"?

Mesmo que inconscientemente, temos sempre algo na nossa vida que nos serve de desculpa para não darmos o “próximo passo”. A maioria das pessoas tem a sua própria Vaca que as sustenta mas ao mesmo tempo as impede de crescer e evoluir. Às vezes, essa fase que estamos passando, de estar “disponível” ao mercado, seja o momento de descobrir que podemos crescer, e descobrir um grande potencial que temos. Choramos por ter perdido a vaga, ou melhor, o emprego. Mas pode ser, e vai ser, uma grande oportunidade.

“A vaca representa todo o pretexto, justificação, mentira, racionalização, medo ou falsa crença que nos mantém presos a uma vida de mediocridade e nos impede de atingir a qualidade de vida que realmente merecemos. Em geral, toda a vaca pertence a uma destas duas categorias: as desculpas e as atitudes limitadoras” (Camilo Cruz, 2008)

A crise, o desemprego, ou mesmo o sucesso, não nos podem “cegar” e, independentemente da situação econômica ou da situação profissional, temos que ter capacidade para nos conhecermos e sabermos como retirar proveito dos nossos pontos fortes.

Já falei isso em outro texto que compartilhei quanto estamos um tempo desemprego, temos as contas para pagar, aluguel, prestações e etc. Mas, pode ser que a sua vaca morreu para você pode ressurgir para algum maior. Não desanime!

Temos que assumir o risco e sair da nossa zona de conforto. Temos que passar o abismo. Não conheço nenhuma Marca Pessoal (pessoa) de sucesso que a certa altura não tenha sido forçada a tomar decisões de risco.

Nem tudo é fácil, para chegar mais longe temos que atravessar caminhos nem sempre agradáveis mas, com persistência, foco e dedicação, tudo é possível.

Vamos em frente! Desanimar jamais!