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Bilionário controlador da DPSP morre aos 93 anos

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Bilionário controlador da DPSP morre aos 93 anos
Divulgação: Grupo DPSP

O empresário Samuel Barata, controlador da DPSP e um dos expoentes do varejo farmacêutico nacional, morreu nesta segunda-feira (dia 22) aos 93 anos, no Rio de Janeiro.

A família não divulgou a causa, mas Barata vinha convivendo há alguns anos com uma doença renal. Ele deixa quatro filhos, oito netos e 12 bisnetos e sua cremação aconteceu na tarde de terça-feira, dia 23.

Sua vida foi marcada pela discrição. Nenhuma foto sua aparece na internet, por exemplo. Perfil bem diferente do irmão Jacob Barata, que faleceu seis meses atrás e ganhou a alcunha de Rei dos Ônibus na capital fluminense.

Com patrimônio acumulado de R$ 5 bilhões, o empresário figurava na lista de bilionários da revista Forbes e ocupava a 74ª colocação. Sua fortuna está diretamente associada à decisão de investir no varejo farmacêutico a partir de 1977, quando adquiriu a loja da Drogaria Pacheco na Rua dos Andradas, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

A farmácia iniciou operações em 1892 e já era a mais popular da capital fluminense, sendo determinante na assistência à população durante a pandemia de gripe espanhola, entre 1918 e 1919.

Controlador da DPSP assumiu farmácia com dívidas

Antes de ser controlador da DPSP, o empresário iniciou sua relação com o setor em 1974. Ele comprou a distribuidora de medicamentos Jamyr Vasconcellos, fundada por um ex-funcionário da Pacheco. Três anos depois, assumiu a drogaria em função de dívidas que a varejista contraiu com sua empresa.

Barata manteve o nome da loja, mas entendeu que era preciso expandir horizontes e iniciou um plano de crescimento orgânico no Rio de Janeiro, após uma ferrenha disputa de mercado com a Drogaria Popular. Como resultado, a Pacheco consolidou sua liderança no varejo farmacêutico local e a concorrente quebrou.

Praticamente sem competidores diretos, a empresa ganhou escala nacional nos anos 2000 e chegou a ocupar a primeira posição no ranking das grandes redes de farmácias associadas à Abrafarma, em 2004.

Rede de farmácias consolidou vice-liderança com fusão

No final da primeira década dos anos 2000, tiveram início as conversas entre empresários do varejo farmacêutico a respeito de possíveis fusões. Enquanto Droga Raia e Drogasil avançavam nas negociações, Samuel Barata aproximava-se da família Carvalho – dona da Drogaria São Paulo com quem mantinha relacionamento há 30 anos.

Em 30 de agosto de 2011 nascia o Grupo DPSP, exatos 27 dias após a formação da Raia Drogasil. Com o acordo, Barata assumiu 51% do controle acionário e tornou-se presidente do conselho. Os Carvalho ficaram com 49%. Mas o contrato de fusão preveu direitos iguais às duas famílias por 20 anos.

A rede já administra 1.443 lojas em oito estados do Brasil e no Distrito Federal. Emprega mais de 26 mil colaboradores e registrou, no ano retrasado, faturamento de R$ 13,5 bilhões. Com a vice-liderança sólida no varejo farmacêutico, sempre despertou olhares de redes de farmácias do Exterior e fundos de private equity.

Porém, segundo fontes do mercado, essas tentativas sempre esbarrravam em visões divergentes dos acionistas. Os fundadores da Drogaria São Paulo eram favoráveis, mas os donos da Pacheco não se mostravam abertos a negociações. Até mesmo uma fusão com a lider do setor chegou a ser alvo de especulações.

Hoje, 54% do capital da DPSP pertence à família Barata, 38% estão com os Carvalho e acionistas minoritários detêm os demais 8%. O empresário bilionário só começou a sair do dia a dia do negócio há cerca de um ano e meio. Foi substituído como chairman por Ronaldo Carvalho, filho do fundador da Drogaria São Paulo.

Depoimentos

“Com uma visão empreendedora que tinha como objetivo transformar o setor, em 2011 ele participou da união da drogaria mais famosa do Rio de Janeiro a um grande nome do varejo paulista: a Drogaria São Paulo. Deste movimento surgiu o Grupo DPSP, atualmente a segunda maior rede de farmácias do Brasil”
Nota oficial do Grupo DPSP

“O Samuel foi um dos expoentes da história do varejo farmacêutico. Era um cara muito racional, frio e centrado, que não se deixava levar pelas emoções”
Eugênio De Zagottis, acionista da RDSaúde
(entrevista ao Brazil Journal)

“Se você esbarrasse com ele na rua, a última coisa que ia imaginar é que ele era dono de um império. Era um cara que se vestia simples, andava num carro popular e era extremamente educado e respeitoso”
Sammy Birmarcker, CEO da Rede d1000
(entrevista ao Brazil Journal)

“Samuel Barata repesenta uma das estruturas do moderno varejo brasileiro. Foi um dos primeiros empresários com a visão de quebrar as barreiras regionais, saindo do Rio e expandindo Brasil afora. Também teve a capacidade de abrir mão do ego para se juntar com a Drogaria São Paulo e criar algo maior”
Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma

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