A importância do engenheiro clínico para a saúde

Publicado em 20/10/2018
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Em comemoração ao Dia Internacional da Engenharia Clínica, entenda os motivos pelos quais essa profissão merece homenagem e reconhecimento

A engenharia clínica é um dos pilares importantes para a sustentação do sistema de saúde (Foto: Getty Images)

O mundo é repleto de profissões silenciosas, aquelas que o serviço impacta a vida de milhares de pessoas, mas que passa despercebida diante do imaginário popular. Um desses ofícios é o de engenheiro clínico, o responsável pelo bom funcionamento e desenvolvimento dos equipamentos utilizados na área da saúde.

Ciente de sua importância, a GE Healthcare, uma das principais fornecedoras de tecnologias e serviços médicos transformacionais do mundo, aproveita o Dia Internacional da Engenharia Clínica, comemorado em 21 de outubro, para homenagear esse campo específico da cadeia médica, promovendo seu reconhecimento diante do público.

"A função do engenheiro clínico é aplicar os conhecimentos de gestão em engenharia na área da saúde, mantendo os equipamentos médicos seguros para uso do paciente e auxiliando a gestão do hospital a tomar as melhores decisões, tanto para aquisição, quanto para manutenção com o menor custo benefício", explica Alexandre Ferreli, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin).

A estimativa da associação é que existam, entre técnicos e engenheiros, cerca de 4 mil profissionais com especialização em engenharia clínica o atuando no segmento. Uma dessas profissionais é Suzy Cabral, gerente sênior de Engenharia Clínica e Processos de Centro Diagnóstico do Grupo Fleury. Mestre em engenharia elétrica com especialização em engenharia biomédica, ela é responsável pela Gestão de aproximadamente 20 mil máquinas de pequeno e grande porte.

"É uma profissão relativamente nova. No Brasil ela começou com cursos de especialização e mestrado no final da década 1980, período da publicação de algumas normativas do Ministério da Saúde", contextualiza a profissional, ressaltando o trabalho de uma equipe formada por técnicos, tecnólogos e engenheiros envolvidos no cuidado da vida útil dos equipamentos do grupo.

De acordo com ela, a engenharia clínica é um dos pilares importantes para a sustentação do sistema de saúde. Primeiro por ser responsável pela busca e aquisição de equipamentos adequados a determinado serviço, dentro de um custo pré-estabelecido. Depois, por tratar da manutenção preventiva, calibrações e trocas necessárias que envolvam esse maquinário.

"Quando chega o final da vida útil do equipamento, que chamamos de EOL ("end of life"), preciso avaliar qual valor da compra de uma nova tecnologia e junto da equipe médica escolher aquela que vai agregar valor aos nossos clientes. E esse é outro papel importante da engenharia clínica, que é busca por tendências de mercado", explica Suzy.

Apesar de relativamente nova, a Engenharia Clínica já se destaca como uma função extremamente importante para as instituições de saúde. “Atualmente, graças à evolução técnica dos profissionais de Engenharia Clínica em conjunto com a inteligência aportada pelas grandes indústrias, o papel desse profissional dentro das instituições vem mudando. Se antes eram vistos apenas como os profissionais que punham a mão na massa, que cuidavam da manutenção dos equipamentos médicos, hoje eles têm papel ativo na gestão dos serviços, com dados e informações relevantes para a tomada de decisão”, afirma João Fábio Garcia Silva, superintendente-executivo de Operações da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A instituição é uma das que usam o iCenter, software da GE Healthcare que possibilita uma gestão mais inteligente do parque tecnológico, oferecendo informações importantes sobre produtividade, eficiência operacional, qualidade da imagem, entre outros parâmetros necessários para a gestão eficiente dos equipamentos médicos. “Numa primeira fase após a adoção do iCenter já notamos um ganho de produtividade da ordem de 7% no tempo médio de realização dos exames de ressonância magnética. Isso significou aumento de capacidade de cerca de 300 exames com o mesmo número de máquinas”, destaca o executivo da BP.

Dentre as novidades, as palavras mais usadas são inteligência artificial e internet das coisas, duas forças distintas que estão promovendo mudanças importantes na área de análises clínicas, outra área de atuação da Engenharia Clínica. Hoje temos no Grupo uma Estrutura de Engenharia Clínica exclusiva para atender esse segmento. "A indústria de equipamentos médicos vem tentando desenvolver ferramentas para auxiliar a engenharia clínica no acompanhamento de seu maquinário. “Para algumas tecnologias, consigo monitorar o desempenho a distância, como por exemplo a Ressonância Magnética” celebra Suzy, do Fleury.

Entre os produtos utilizados por sua equipe, a gerente sênior de engenharia clínica destaca o iCenter, da GE Healthcare, responsável pela gestão de ressonâncias magnéticas espalhadas pelo Brasil inteiro. Pelo seu computador, ela consegue acessar informações de uma máquina específica e levantar seu histórico, manutenção e performance sem precisar estar presente. 

"Hoje, consigo começar o meu dia sabendo se todas as minhas ressonâncias estão funcionando sem precisar ligar para cada unidade. A equipe de Processos de Centro Diagnóstico consegue avaliar a produtividade de cada máquina, identificar quais delas estão executando os protocolos de forma mais rápida e, assim, determinar o motivo promovendo melhora em toda a cadeia", exemplifica Suzy.

Outro ponto importante levantado pela engenheira clínica foi o auxílio de empresas no descarte de equipamentos, processo que normalmente envolve uma série de regras determinadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Atualmente alguns fabricantes recebem o equipamento antigo como parte do pagamento por um novo, o que garante um destino sustentável para ele. Já passamos por essa experiência com a GE Healthcare, assim como a implementação de um upgrade do maquinário, que dispensa a troca total de suas peças", avalia ela positivamente, não apenas pela sustentabilidade, mas também pela economia de tempo e recursos.

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