SUS oferece, pela 1ª vez, caneta de insulina de ação ultrarrápida

Publicado em 06/12/2018
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Cerca de 400 mil pacientes com diabetes tipo 1 no país podem ser beneficiados com tratamento

Montes Claros. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde vai oferecer, na rede pública de saúde de todo o país, uma caneta de insulina de ação ultrarrápida para pacientes com diabetes tipo 1 – que precisam de injeções diárias de insulina. O dispositivo aumenta a precisão da dose, reduz o incômodo da aplicação e pode ser usado imediatamente antes da refeição – porque age até três vezes mais rápido.

As canetas de insulina análoga asparte ultrarrápidas, produzidas pela unidade da Novo Nordisk em Montes Claros, no Norte de Minas, devem atender 400 mil pacientes no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) estima que cerca de 600 pacientes com ação deferida na Justiça para receber a insulina asparte de ação ultrarrápida poderão migrar para as canetas ultramodernas.

Segundo Simone Tcherniakovsky, diretora de acesso a mercado do laboratório Novo Nordisk, 38.070 unidades já foram enviadas a Minas e uma remessa está prevista para fevereiro. O Ministério da Saúde informou que atendeu, até a semana passada, 54.678 pacientes no Brasil, sendo 2.538 de Minas.

A pasta estima uma necessidade anual de 7,9 milhões de unidades (um investimento de R$ 50,2 milhões) para atender pacientes cadastrados no SUS. Segundo Simone, a Novo Nordisk ganhou a licitação para produzir 8 milhões de unidades.

É também a primeira vez que o ministério fornece insulinas modernas produzidas no Brasil. Até então, as insulinas distribuídas pela pasta eram humanas, de aplicação por seringa, sendo o paciente responsável por retirar da ampola a dose correspondente ao seu tratamento. Segundo a pasta, alguns Estados e municípios já distribuíam canetas de insulina, mas de forma regionalizada.

“As canetas que agora estarão disponíveis via SUS (em todo o país) representam uma evolução, pois, além de potencializarem a administração de uma dosagem correta, trazem mais conforto, facilitam o manuseio, o armazenamento e o transporte do medicamento”, explica o endocrinologista Rodrigo Mendes, gerente de grupo médico da Novo Nordisk. Segundo ele, a praticidade contribui para melhor adesão ao tratamento.

O ministério informou que incorporou a insulina análoga (que sofre pequenas alterações na estrutura que a tornam mais rápida) ao SUS para dar mais conforto e melhor controle glicêmico aos pacientes com diabetes tipo 1 conforme protocolo. A distribuição da insulina é feita trimestralmente aos Estados e Distrito Federal, sendo estes responsáveis pela distribuição.

Segundo a farmacêutica Santuza Pereira Santana, diretora de Medicamentos de Alto Custo da Secretaria de Estado da Saúde, para ter acesso à caneta, o paciente de Minas deve abrir processo na internet, no link diabetes mellitus tipo 1 e anexar a documentação exigida. A análise do processo, explica, dura de 20 a 30 dias. Uma vez aprovado, o medicamento pode ser retirado nas unidades da Farmácia de Todos nas 28 regionais do Estado ou nos postos de saúde na capital mineira.

 

Fábrica produz 15% da insulina

Montes Claros. Toda a produção da caneta de insulina análoga asparte ultrarrápida fornecida ao Ministério da Saúde ficou a cargo da unidade da Novo Nordisk, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais – única fábrica de insulinas do país e também a primeira a fornecer a caneta produzida no Brasil para o mercado privado. A unidade é responsável pela fabricação de 15% de toda a insulina produzida no mundo e por 25% de todo tipo de medicamento exportado no Brasil, segundo o vice-presidente e gerente geral da Novo Nordisk, Allan Finkel.

“Essa fábrica de Montes Claros nunca forneceu para o Brasil. E agora, a partir deste ano, está fornecendo tanto a insulina humana quanto a insulina análoga para todos os pacientes brasileiros através da distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica Finkel.

Considerada uma das fábricas mais modernas do mundo, a unidade em Minas fornece medicamentos para mais de 50 países. Aproximadamente 28 milhões de pessoas usam os produtos da Novo Nordisk para diabetes em todo o mundo. A fábrica no Brasil foi inaugurada em 2007. Com 64 mil metros quadrados – o equivalente a seis campos de futebol –, é a maior unidade de produção de insulinas da América Latina – empregando cerca de mil funcionários.

60% brasileira

Moderna. Cerca de 60% dos componentes da caneta foram produzidos no Brasil, ou seja, as pessoas com diabetes estarão usando um produto de composição, em sua maior parte, brasileira.

 

A jornalista viajou a convite da Novo Nordisk Brasil


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