Em pleno terceiro milênio, alguns ainda acreditam que os desígnios da vida, a sucessão infindável de situações, positivas ou negativas, que ocorrem cotidianamente em nossas vidas, dependem exclusivamente de seu destino, seu carma, da maré de sorte ou azar ou mesmo, da conjunção astrológica sobre o seu signo, etc. Ok, respeito crenças individuais e a astrologia.

No entanto, atribuir os resultados obtidos ao longo da vida, às variáveis externas ou abstratas, me faz imaginar um ser desprovido de personalidade, responsabilidade e com atitude passiva/ reativa. Ainda assim, essa já é uma escolha, inconsciente, sobre uma forma de viver como refém do Universo.

“Não chame de destino às consequências de suas próprias escolhas, seu destino é você quem faz” - Desconhecido

Diariamente, do nascer ao por do sol, tomamos inúmeras decisões, das mais simples e de menor impacto, as mais complexas que podem impactar pessoas, empresas e o meio ambiente. Contudo, nem sempre essas decisões advêm originalmente de uma escolha anterior, consciente e responsável.

Recorro à terceira lei de Newton que afirma: toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade. Faço um paralelo com a vida prática, toda e qualquer decisão gerará ações que resultarão positiva ou negativamente em nossa vida, simples assim.

Absolutamente tudo, se inicia dentro de nós e se manifesta através de nossas escolhas, querendo ou não. Escolher transcende o simples e subjetivo conceito binário de “certo” ou “errado” qual, norteia muitas pessoas. Lembrando que, não escolher, já é uma escolha! Não há como abster-se de agir, nem dissociar suas escolhas das consequências.

Logo, quando eu escolho fazer ou não algo, isso me faz tomar decisões que, se transformam em ações pró-objetivo definido e, que gerarão resultados equivalentes à intenção e à qualidade de minha escolha e ações.

A pessoa consciente de si e de seus atos, vive a liberdade para escolher e se responsabiliza pelas consequências. Se mostra ativa, assertiva ao se posicionar e cônscia de suas atitudes. Age como autor e protagonista de sua própria história.

Não raramente, nos deparamos com alguns outros, que reclamam de quase tudo e todos. Se queixão dos infortúnios que vivem e responsabilizam o país, governo, chefe, pai/ mãe, esposa/ namorada, etc. Vivem como reféns e coadjuvantes em sua própria vida. Agem como vitimas indefesas, de todos aqueles que responsabilizam por seus resultados obtidos em sua vida, mas não, por suas próprias escolhas.

“Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências” – Jean Paul Sartre

Compartilho situação vivida qual, reforçou minha visão sobre como assumir o controle da própria vida de forma prática.

Há tempo atrás, por recomendação médica, eu precisava me exercitar regularmente para melhorar minha saúde e qualidade de vida. Não sentia prazer em fazer atividade física e nem queria ter um abdômen trincado. Logo, minha motivação para tanto, era zero. O dilema foi criado, mantenho o hábito - workaholic, a “falta de tempo”, sedentarismo e continuo usando esses motivos para justificarem minha inação ou me exercito e conquisto mais disposição, saúde e qualidade de vida? O autoquestionamento fez com que eu simplesmente escolhesse, agora, que tipo de vida eu terei futuramente. Nesse momento, sinto o peso da responsabilidade que, é só minha.

Passado o choque inicial do dilema, percebi-me frente a duas possibilidades básicas para fazer minha escolha. Naturalmente, a primeira tentação era escolher baseado no prazer (o que quero ou não fazer) e a segunda era me basear na necessidade por objetivo (o que preciso fazer, embora não queira ou goste). Cada uma das possibilidades me oferecia ganhos e perdas/ resultados e consequências para avaliar e embasar minha decisão.

Feita a avaliação, estava pronto para decidir sobre qual caminho seguir. Decidi (Treinar), então era hora de me planejar para entrar em ação. O que farei: treinar para ter melhor condicionamento físico; como: exercícios aeróbicos e anaeróbicos; com quem: Personal Trainer; onde: condomínio; tempo: 1 hora; periodicidade: 3x por semana; quando começo: um dia após contratar o Personal.

Comecei a treinar focado em minha escolha, em função do objetivo e suas consequências benéficas. Continuava sem gostar, mas cumpria a meta 3X por semana. Descobri prazeres: endorfina, relaxamento pós-banho, disposição para tudo, que se tornaram motivadores.  Após três meses senti que o meu corpo pedia a atividade, virou um hábito, me disciplinei e persisto há anos.

Imaginem se eu tivesse escolhido manter o sedentarismo e suas consequências.

Crie sua própria forma e lide melhor com suas escolhas e consequências. Viva com poder, controle e responsabilidade por sua vida.

A maioria dos problemas na vida ocorre por duas razões: ou agimos sem pensar ou pensamos sem agir.

Sua vida é o resultado das escolhas que faz. Se não está gostando de sua vida, essa é a hora de começar a fazer melhores escolhas!

Encerro o artigo, com duas questões para reflexão:

Atualmente, a tua mente, atua ou mente para você?

Você está atuando como protagonista ou coadjuvante em sua vida?

Marcio Caldellas – Psicólogo clínico, Personal, Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter atuando com posições executivas. www.mccoaching.net