O reconhecimento é como o milagre da multiplicação descrito na Bíblia, mas em vez de pães, multiplica a motivação, o empenho, a criatividade e origina novos motivos para novo reconhecimento.

Você se lembra da última vez em que reconheceram o seu trabalho? E a primeira? Provavelmente, lembra-se de todas, porque é algo que nos marca e como que torna “real” o que fizemos e alcançámos.

O reconhecimento tem o dom de potenciar a autoestima do reconhecido, de energizar os s demais que estão com ele e que contribuíram para que tal  situação fosse possível.


O reconhecimento dentro da liderança é, só por si, um potencializador de mais e melhores líderes. Ao partilhar experiências, vitórias e fracassos, desafios e sonhos, o líder está  motivando e a mobilizando outros executivos a fazerem mais e melhor, a irem mais além, a superarem-se para chegarem até lá.

Mas o reconhecimento, enquanto força motriz, enquanto “pitada” de magia, precisa de ser usado com sensatez, mas sem timidez ou moderação, sem limitações hierárquicas ou escalas de valor.


Quando um líder reconhece a sua equipe, está  potencializando esse conjunto de pessoas que se vão superar ainda mais e fazer ainda melhor. Você já viu alguma pessoa fugir de uma boa sensação? Evitar um momento de felicidade? De se sentir visto e, quando digo visto, refiro-me a sentir-se apreciado e parte de algo mais?

Faz parte da natureza humana. Tendemos a repetir ações que nos despertam sensações positivas e de felicidade, e ser reconhecido é uma delas. 

O mesmo acontece com o inverso. Se nos superarmos, dermos o máximo, formos para além da nossa zona de conforto, alcançarmos até o que pensávamos à partida impossível e não tivermos retorno, não nos sentirmos parte do todo, não formos reconhecidos, sentiremos frustrados e desmotivados, tenderemos a deixar de nos superar, para fazer apenas o que nos compete, ou nem isso. Entramos no deixa andar, empurrar com a barriga,  que não leva a pessoa e nem a empresa  a nenhum lugar.
"O louvor vale pela pessoa que o dá" dizia Miguel Cervantes. Cale acrescentar que vale também pela credibilidade e pelo momento em que é feito. Por vezes, um reconhecimento tardio e fora do enquadramento perde toda a “magia” e nada gera.

Se a capacidade de reconhecer os outros é coisa que te deixa constrangido, receoso, você acha vai te tirar crédito e posição perante os seus superiores, pares e subalternos, ou que alguns pares vão te criticar ou te ironizar, talvez tenha chegado a ocasião para experimentar este tipo especial de “magia” e deixar-se surpreender pelos progressos que a sua equipe demonstrará e, quem sabe, tornar-se um líder inspirador e um exemplo reconhecido pela empresa e também, quem sabe, pela concorreria. Não force, faça a coisa naturalmente. Se você já faz, PARABÉNS! Você já sabe o que estou falando. Se ainda não faz, faça! Você vai se surpreender com a "magia" do reconhecimento.

Abraços