“Os chefes precisam entender que eles são o meio para ascensão profissional dos funcionários. “A sua principal função é ser um facilitador, um coach o tempo todo do subordinado.” –   Vicky Block.

por Alvaro Gomes

É muito comum falarmos em autossabotagem no ambiente de trabalho. De profissionais que se omitem, que não se desenvolvem, que buscam estarem sempre em uma zona de conforto sem serem notados. Agem dessa forma porque consideram uma maneira segura de manterem seus atuais empregos. De fato, isso realmente funciona. Mas a pergunta é:

Você quer manter o seu emprego ou quer crescer profissionalmente?

Acredite! Nos dias atuais isso são duas situações muito distintas.

São raras as exceções, mas tenho percebido que profissionais que não se autossabotam, pelo contrário, que estão empenhados em crescerem, que se mostram interessados em buscar novos desafios em suas eventuais empresas, esses por sua vez, acabam sendo prejudicados por terceiros. Geralmente seus superiores imediatos, que por medo, insegurança, ou por qualquer outro motivo de caráter pessoal, fazem o que estiver ao alcance deles para "sabotar" esses profissionais.

Toda empresa vende a ideia de que busca profissionais com espírito de liderança, mas isso realmente é verdade? Nós nunca iremos encontrar descrito nos requisitos de uma determinada vaga que uma empresa busca alguém com espírito submisso. Isso soaria de fato um pouco estranho.

Afinal, em um mundo de “chefes” onde o ego, a ilusão de poder e de superioridade estão acima de todas as outras necessidades, quem é que precisa de líderes? Melhor mantê-los longe, escondidos nas páginas de “O monge e o executivo” de James C. Hunter.

"Verdadeiros líderes nunca se colocam acima de seus liderados."

Os especialistas em gestão de pessoas buscam encontrar em um candidato todas as competências possíveis as quais eles foram treinados a identificar. Mas se os gestores dentro das organizações não estiverem dispostos a dar oportunidade de crescimento aos seus subordinados, quanto mais competências lhes faltarem, melhor será para apontar motivos que os mantenham em seus respectivos cargos.

Os recrutadores buscam nos candidatos conhecimentos, habilidades e atitudes, e dentre as atitudes, a proatividade e o "espírito de liderança".

Já a grande maioria dos gestores buscam habilidades, proatividade e facilidade em acatar ordens.

Em plena era onde os andares da pirâmide da hierarquia estão muito mais estreitos, muitos “chefes” ainda adotam o conceito extraído do Fordismo de quererem mais mãos que produzam do que cabeças que “pensem”.

É o caso do profissional contratado para trabalhar em uma linha de montagem. O chefe quer alguém que entre e produza. De preferência alguém que produza muito e por muito tempo. E quando esse profissional inicia uma graduação, por exemplo, logo passa a ser visto como sendo uma peça com defeito que futuramente precisará ser substituída.

A auto-sabotagem de fato existe, embora é mais comum bons profissionais serem sabotados em suas carreiras por outros que estão acima deles, do que eles mesmos se auto-sabotarem.

A cultura da demissão, por exemplo, muitas vezes é utilizada para por em prática esta sabotagem. Tenho absoluta certeza de que você em algum momento de sua carreira sentiu que não estava simplesmente sendo demitido. Estou certo???

Infelizmente, por mais que você se aperfeiçoe, por mais que você estude, por maior que seja o seu nível acadêmico, sua carreira na empresa um dia estará nas mãos de algum "chefe", e isso é um tiro no escuro. Você poderá ter a sorte de ter alguém disposto a te ajudar a crescer, ou ter alguém disposto a frustrar seus sonhos e objetivos. Aliás, isso é uma lição que eu duramente aprendi.

Os chefes sempre aconselham seus subordinados a irem atrás de qualificações, mas, não admitem de maneira alguma que eles se qualifiquem mais do que eles. É como se isso lhes ferissem a alma!

Como pode um subordinado ser mais qualificado do que eu?

Pior ainda é quando esse subordinado começa a por em prática os conhecimentos adquiridos, o chefe o chama no particular e diz:

"Você está querendo me diminuir perante a equipe"

E esse tipo de abordagem persiste até que um dia ele escuta a seguinte frase:

"Estou te desligando da empresa porque você está qualificado demais para a função que está exercendo"

E por mais contraditório que isso possa parecer, também aprendi observando o comportamento de alguns "profissionais", que quanto mais eles são ajudados a crescerem em suas carreiras, menos eles estarão dispostos a fazerem o mesmo pelas outras pessoas. Já aqueles que não usufruíram dessa "ajuda", que cresceram apoiados pelo braço da meritocracia, esses por sua vez, tendem a desenvolverem mais sensibilidade e empatia em ajudar o próximo. Óbvio que isso não se trata de uma regra. 

Portanto, a partir do momento em que você perceber que está sendo sabotado, ou mesmo se foi vítima de alguma injustiça, aja da forma como está descrito naquele famoso livro "Quem mexeu no meu queijo" de Spencer Johnson, M.D.erga sua cabeça, vire essa página e vá em busca do seu novo queijo.

Creia!!!

Aquela porta irá se abrir!

 

Você só não pode desistir de bater.