O fechamento de farmácias no Brasil afeta 37 de cada 100 estabelecimentos do gênero que abrem as portas. Esse indicador revela que, apesar do crescimento da capilaridade, parte do varejo farmacêutico ainda convive com dificuldades crônicas para garantir a longevidade das operações.
Os dados da IQVIA levam em consideração os últimos 24 meses até fevereiro de 2024, período em que 16.487 novas farmácias surgiram no país e se mantiveram atuantes.
No entanto, outras 6.132 lojas inauguradas nesse intervalo fecharam as portas. O estudo enquadra, nessa última lista, PDVs que não comprovaram ter faturamento nos três meses anteriores. Atualmente, o varejo farmacêutico conta com 75.999 lojas maduras, que permanecem em operação após dois anos.
Para especialistas, a maior relevância que o segmento adquiriu no contexto da pandemia ainda serve de estímulo para a continuidade do ritmo de inaugurações. Mas o apetite para abrir lojas aumentou na mesma proporção que a concorrência dos grandes varejistas, a demanda por digitalização e o nível de exigência do consumidor.
“Com grandes redes se consolidando frente a PDVs independentes, o espaço para novos entrantes no mercado torna-se ainda mais estreito. E esse cenário fica ainda mais desafiador a partir de oscilações geradas por fatores como a inflação e a inadimplência”, observa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor titular da Universidade de São Paulo (USP).
PMEs respondem por 86% do fechamento de farmácias no Brasil
O índice de fechamento de farmácias no Brasil reflete-se especialmente nos estabelecimentos independentes. Enquanto 10.545 lojas de pequeno porte começaram a funcionar nos últimos 24 meses, 5.289 fecharam as portas, o que equivale a 50 PDVs a cada 100 inaugurações.
No caso das redes, a proporção é de uma a cada 24, mas as médias e pequenas redes puxam esse indicador para cima. Entre as farmácias associativistas e franquias, a estatística de mortalidade limita-se a 7%.
Lojas novas e encerradas em dois anos (por nicho)
Em números absolutos, as farmácias independentes também são as que mais sofrem. Do total de lojas que fecharam as portas, 86% pertencem a esse nicho. Um detalhe importante é que, até o primeiro semestre do ano passado, o percentual máximo era de 80%.
