E na semana que se passou aconteceu em Paris mais uma edição da In- Cosmetics Europe, e por aqui empresas nacionais de pequeno porte, marcaram participação no referido evento, com o suporte da APEX, Abihpec e Beauty  Care.

O projeto de desenvolvimento objetivando a internacionalização de marcas nacionais, conduzido já há algum tempo pelas citadas associações, veio em boa hora, em um momento de forte retração interna e recuperação do mercado internacional. Países com comprovado destaque no consumo de itens de beleza como a Espanha, a Itália e Portugal,  já ensaiam passos de recuperação econômica e consequentemente de seu Produto Interno Bruto, embora a passos lentos. É valido dizer que muitas empresas estão garantindo sobrevivência hoje graças ao "boom" de exportações, o que compensou a retração das vendas do mercado nacional.

Inovação perceptível ao cliente final segue como mola propulsora para o sucesso destas feiras, gerando sinergia para a abertura e fechamento de novas parcerias e negócios. Ingredientes cosméticos que deixam de usar fontes não renováveis de matéria-prima, como o petróleo, ganham cada vez mais espaço.

No que se refere a qualidade em um conceito mais amplo da palavra: qualidade empresarial, não só de produto, mas de ética, de sustentabilidade, de respeito a todas as vertentes que se relacionam com o negócio, segue-se com cada vez mais enfase o primordial, ou seja, "mostre-me evidencias da sua forma de agir e de se relacionar", principalmente após os escândalos envolvendo multinacionais, algumas delas centenárias, com omissão de resultados de desempenho de produto, suborno e propina para o ganho de concorrências, entre outras falhas de governança.

Neste cenário, muitas empresas tem aperfeiçoado ou criado as suas áreas de compliance, infelizmente, visto que  políticas da qualidade, da missão, visão e valores deveriam sustentar a conformidade na atuação e formas de trabalho .

As certificações, seja elas da qualidade ou de responsabilidade ética/ socioambiental, estas,  conduzidas por organismos de 3º parte, sérios, podem trazer também um diferencial de mercado importante nestas feiras ou rodadas de negociações, como uma evidencia de boas praticas, confiabilidade e credibilidade, e,  considerando-se que muitos clientes não possuem condições de visitar ou auditar "in loco".

Porém cada vez mais, o cliente não quer saber apenas se você possui determinada certificação, mas acertadamente, se os seus os resultados quantitativos, que permeiam esta certificação, são saudaveis, como exemplo: qual é o seu índice de reprovação interna de produto, qual é o seu índice de reclamação de clientes, quantas autuações você recebeu em um determinado período, se você possui metas de redução no consumo de fontes energéticas ou de geração de resíduos, entre outros.

Assim cada vez mais se alinham os discursos das áreas de compras, inovação, qualidade e de governança das empresas, o qual havia um tradicional "gap" na forma de atuação, no "cada um no seu quadrado", na hora de se prospectar um novo ingrediente ou mesmo, homologar uma novo fonte de abastecimento. Quem ganha com isso é o cliente.