Esse é um tema factual, desconfortável e inevitável a nós seres humanos. Em algum momento da vida adulta, passamos a refletir e nos questionar sobre os nossos valores, sentido de vida, impermanência, finitude, entre outros. 

Invariavelmente, temos dificuldade de pensar e lidar com a possibilidade da perda de uma pessoa querida. O que pode facilitar esse processo, é trabalhar em terapia, refletir muito, para assimilar a ideia e aceitar a própria finitude. 

Finitude e morte, são questões integrantes de nossa existência e o morrer faz parte de nosso ciclo de vida, bem como, o nascer. De certa forma, vivemos ignorando a morte, por não conseguirmos desvendar os mistérios envolvidos ou explicar o seu real sentido em nossa vida. 

A finitude é o destino de tudo. – José Saramago

Em meu cotidiano como Psicoterapeuta, atendo pacientes adolescentes e adultos e, tenho trabalhado casos que envolvem o luto da perda e a própria finitude. Em outros casos, acompanho pacientes que desgastam seu relacionamento, sofrem, se irritam e desperdiçam seu tempo, discutindo ou brigando por qualquer motivo, com marido, esposa, filhos ou familiares, como se eles fossem eternos.  

São contextos diferentes que mostram, como cada um enxerga e lida com o seu tempo frente a realidade da vida. Uns são mais realistas e simplesmente aceitam “o como é”, ainda que não gostem e, sofrem menos e tendem a ser mais felizes. Já outros, resistem em não aceitá-la, porque difere da sua própria realidade criada e, sofrem muito em busca da razão relativa e inexistente.   

A vida é muito curta e cada um a vive como consegue e, perder tempo, é apenas uma escolha! 

Me lembrei do texto abaixo, que descreve com simplicidade, aspectos vividos em nosso cotidiano de acordo com os nossos valores, que por vezes, nos esquecemos, que um dia iremos embora, porque somos impermanentes. 

A gente vai embora – por Sérgio Cursino.

A GENTE VAI EMBORA e fica tudo aí, os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou para ter status.

A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal.

A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente. ?

A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, a impaciência, a infidelidade, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor. ?

A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas.

Os problemas moram dentro de nós. As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos. ?

A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita. ?

A GENTE VAI EMBORA, pois é. É bem assim: Piscou, a vida se vai… ?

A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora. ?

Quando menos se espera, A GENTE VAI EMBORA. Aliás, quem espera morrer?

Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor. ?

Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, fizesse amor hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço. ?

Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais e respeitasse mais as pessoas. ?

O tempo voa. A partir do momento que a gente nasce, começa a viagem veloz com destino ao fim – e ainda há aqueles que vivem com pressa! ? ?

Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa. ?

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!

Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!!

Até porque, A GENTE VAI EMBORA… 

Após sua leitura, te convido a repensar sobre:

Qual é o seu atual sentido de vida?

Como você vêm se relacionando com as pessoas que lhe são importantes?

Você tem tratado as pessoas, da mesma forma que gosta de ser tratado?

Suas atitudes e comportamentos, interagindo com as pessoas, são congruentes com o seu sentido de vida?

Quais são os valores que o norteiam em sua vida?

O que você tem feito e como tem usado o seu tempo?

O que gostaria de mudar em você e acredita que não consegue sozinho?

De que forma você quer ser lembrado, quando for embora? 

Aproveite o seu tempo de vida, busque ajuda profissional de um Psicoterapeuta e viva melhor, antes de ir embora!  

Marcio Caldellas – Psicólogo clínico (Comportamental & Psicodramatista), Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Analista de Perfil Comportamental com sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter, atuando com posições executivas. www.mcdesenvolvehumano.com.br E-mail: marcio.caldellas@mcdesenvolvehumano.com.br