por Alvaro Gomes

É importante que um líder tenha a devida consciência de quem são os seus "verdadeiros" seguidores. Se eles o seguem pelo respeito e admiração que têm sobre a sua pessoa, ou se o fazem com o interesse apenas de se promoverem através de seu status de gestor.

É preciso que ele esteja atento, porque as vezes há colaboradores que apesar de não estarem o tempo todo o bajulando, são os mais fiéis a ele, e são justamente eles que estarão ao lado do líder no dia em que ele mais precisar.

Já os que bajulam, os que elogiam seu novo corte de cabelo, a cor da sua gravata, que riem de suas piadas mesmo quando ele próprio reconhece que elas não tiveram graça alguma, esses sim, serão os primeiros a apontar suas falhas no dia em que a corda arrebentar para o seu lado.

A verdade é que não há bajuladores extremamente competentes. O bajulador é alguém que faz uso da bajulação não só para conseguir se promover, mas também como tentativa de encobrir pontos falhos que ele próprio reconhece que possui.

Os funcionários que são extremamente competentes, não desperdiçam seu tempo aderindo ao puxa-saquismo. Eles estarão de alguma forma buscando a "excelência", pois, mesmo quando admiram os seus gestores, também são extremamente seguros do seu potencial.

Em contrapartida, o fato é que quem fabrica o bajulador é o próprio “Chefe”, principalmente quando se trata daquele que gosta da sensação de estar sendo reverenciado.

Verdadeiros líderes também não desperdiçam o seu tempo com bajuladores. Eles são inteligentes o suficiente para não serem ludibriados com falsos agrados. Estão mais focados a resultados e reconhecem quem de fato são os colaboradores que lhes trazem os mesmos.

Mas devo reconhecer que os bajuladores possuem um dom extraordinário de fazer com que seus “Chefes” acreditem na ideia de que eles são capazes de fazer ou de que fazem algo que eles próprios sabem que não são capazes. E ao mesmo tempo, de convencerem seus gestores que aqueles colaboradores que mais se esforçam, que mais se comprometem, eles sim, são as peças que estão com defeito.

Os gestores que gostam de serem bajulados, na verdade eles não são “cegos”. Eles sabem quem são os funcionários que lhe dão os resultados, mas, não reconhecem porque eles não recebem desses colaboradores o reconhecimento o qual seu ego tanto necessita. E como punição a esses colaboradores, eles promovem, elogiam e recompensam injustamente os “bajuladores”. Mesmo sabendo o quanto eles são falhos tecnicamente.

Isso é uma das maiores causas de desgaste emocional no ambiente de trabalho. Excelentes funcionários que se estressam, que se cansam, e que acabam por decidirem trocarem não só de emprego, mas principalmente de seus “chefes”.