Vamos  falar um pouco sobre Marketing Pessoal. Até porque dois temas relacionados começam também a ter maior expressão de forma organizada na sociedade. Falo do Networking e do Coaching.

O Marketing Pessoal interage com estas duas disciplinas de forma e em momentos distintos. O Coaching é importante de uma forma transversal ao apoiar o equilíbrio das dimensões da vida, na identificação dos valores pessoais, na definição dos objetivos, na definição da estratégia em todas as fases da gestão da vida pessoal e profissional. O Networking é uma ferramenta fundamental de relacionamento com o exterior.

O que é e o que não é o Marketing Pessoal?

Podemos começar por tentar definir o que é o Marketing Pessoal. Não é fácil. Prefiro a definição abrangente. Alguém disse "Tudo é marketing e marketing é tudo”. Transpondo para o campo pessoal, podemos dizer que Marketing Pessoal é tudo o que tem a ver com a pessoa. E quando digo tudo, é mesmo tudo.

Vejamos então o que não é Marketing Pessoal. Não é só etiqueta e boas maneiras. Não é só boa apresentação. Não é só capacidade de expressão. Não é só extroversão. Mas tem tudo isto.

Imagine que tem um emprego normal e que o horário de entrada seja às 9h00. Chegar pontualmente às 9h00 todos os dias é Marketing Pessoal. Chegar às 8h30 é uma excelente ação de Marketing Pessoal. Chegar constantemente às 11h00, com desculpas esfarrapadas é anti-Marketing Pessoal.

Não podemos distinguir a vida pessoal da vida profissional em termos de valores e atitudes. Devemos fazer essa separação sim, mas em termos de tempo. Devem haver momentos distintos, para a pessoa, a família e o trabalho. Mas os valores pessoais que regem todas as nossas atividades devem ser os mesmos. Procurando um equilíbrio em todas as dimensões da vida, os nossos objetivos devem permitir uma estabilidade pessoal, familiar e profissional.

Questionar, questionar, questionar..

Temos que nos questionar constantemente. Como exercício prévio há que saber quem somos, quais os nossos pontos fortes e fracos. Ter uma atitude de melhoria contínua da própria pessoa. Identificar os nossos valores fundamentais, aqueles dos quais não abdicamos. E fazer deles base para a nossa vida global.

Antes de começar sequer a pensar em como nos promover, temos que saber se realmente somos alguém que vale a pena ser promovido. Temos que iniciar um processo de autoconhecimento e autocrítica que não pode parar nunca. Será um processo constante que nos acompanhará para sempre. Este processo pode demorar um dia ou um ano, mas não avancemos para o próximo passo, sem ter esse muito bem apreendido. Temos que ter a certeza absoluta de que somos quem queremos que os outros saibam que somos. Porque no Marketing Pessoal temos que ser sempre verdadeiros, genuínos. Nada de máscaras.

 A importância da “Short-list” mental

Quando pensa em jogar de futebol, qual o primeiro nome que lhe vem à memória? Provavelmente o Neymar. Por quê? Porque temos, para cada atividade, uma short-list mental de nomes. Um dos objetivos do Marketing Pessoal é fazer com que o máximo de pessoas o tenha no topo da short-list mental para a atividade que você quer ser conhecido. Se for um corretor imobiliário você quer o  máximo número de pessoas lembrando de você no momento de comprar ou vender um imóvel. Você vai querer que as pessoas falem de você para um amigo que diz que quer comprar um apartamento. Já imaginou o potencial? Outro exemplo: se você for engenheiro elétrico e  se você estiver na short-list mental de todos os diretores de obras das grandes construtoras, se for em você que pensam em primeiro lugar quando precisam consultar uma empresa de instalações elétricas para uma obra nova, já imaginaram o potencial para a empresa? E isso pode aplicar-se a qualquer coisa. Há pessoas que estão na short-list dos Relações Públicas, assessoria de impressa de empresas e são convidados para todos os eventos e festas. Não tem que ser só trabalho. Pode ser aquilo que quiser que seja. Temos é que trabalhar para isso. E não é uma corrida de sprint. É uma maratona. Requer motivação, disciplina, regularidade, persistência, paciência.

Pense mais nos outros…

Para lá chegar, há uma atitude de princípio que se tem que tomar :deixar de pensar em si e começar a pensar nos outros. Deixar de pensar em como pode lucrar com a pessoa que está à sua frente, mas pensar em como  pode ajudá-la. Pode ter a certeza - Marketing Pessoal é muito mais acerca do que se faz em relação aos outros do que para si.

O Marketing Pessoal vai levá-lo ao sucesso. E o sucesso não tem que ser medido financeiramente. Pode ser reconhecimento pessoal, familiar, profissional. E não tem que ser a materialização destas relações. Pode ser, mas não tem que ser. E continua a ser sucesso. Depende do que o sucesso é para você. E pode ser qualquer coisa.

Use a sua inteligência emocional. A capacidade de se conhecer, de conhecer o outros. A atenção aos pormenores, às expressões, à linguagem corporal. A capacidade de decifrar todos estes códigos e agir. Agir em prol dos outros, na satisfação das suas necessidades.

Do ponto de vista profissional

Visto de uma perspectiva profissional, podemos dizer que somos uma empresa que tem um serviço para vender a um determinado preço. Temos uma marca que é o nosso nome, um serviço que é o nosso trabalho e um preço que é o que o mercado está disposto a pagar. Podemos então aplicar a nós o marketing que uma empresa aplica aos seus produtos e serviços. Mas para vingarmos temos que acrescentar valor. Temos que nos distinguir da concorrência. E evitemos a diferenciação pelo preço mais baixo. Procuremos introduzir uma mais-valia competitiva através de competências extra que nos diferem. Para isso apostemos na formação como melhoria contínua do nosso serviço. Identifiquemos uma necessidade no mercado, façamos a promoção das nossas qualidades que vão suprir essa necessidade, e façam-nos pagar pelo preço justo.

Dê-se a conhecer

 Vejamos então o que podemos fazer para nos tornarmos conhecidos, agora que já nos preparamos para isso. Temos que sair e conhecer pessoas. Temos que abandonar a zona de conforto. Identifiquemos quem nos interessa conhecer. Participamos de eventos, workshops, seminários. O cartão pessoal é uma ferramenta fundamental. Temos que tê-los sempre conosco e não ter receio  tirá-lo da carteira e entregá-lo. Utilizemos as redes sociais, não como destino final, mas como meio de introdução para o contato pessoal. Não esqueçamos que o contato pessoal é o nosso objetivo máximo. O contato virtual não é mais que um preliminar. Um passo muito importante é passar da condição de participante a organizador. Dá muito mais trabalho, mas tem muito mais impacto. Num evento com 100 pessoas, é impossível que você conheça todos os participantes, mas certamente todos os participantes vão   conhecer o organizador.

Muito Obrigado!

Abraços!