A crise e as situações de estagnação oferecem o teste ácido à capacidade de liderança: as boas marés nunca fizeram os bons marinheiros.

Deixamos uma síntese de linhas de orientação para bons marinheiros que querem assumir um papel de liderança durante tempos de crise:
  • Lidere como um líder: não se assuma como vítima da crise.
  • Assuma o seu destino – não deixe que sejam os outros a fazê-lo por si.
  • Seja otimista – mas não ande com a cabeça nas nuvens.
  • Mantenha a consciência de que ninguém resolve uma crise sozinho – não carregue o mundo às costas.
  • Preste atenção à qualidade das suas interações pessoais, não descure os amigos e a família.
  • Não se circunscreva ao capital intelectual. Invista também no capital psicológico positivo dos membros da organização. Ou seja, desenvolva-lhes a força de vontade, a resiliência, o otimismo e a autoconfiança.

As crises provocam um efeito paradoxal: tornam o sistema organizacional mais rígido, numa altura em que ele mais precisa de imaginação, criatividade e flexibilidade. Constituem, por isso, momentos em que os processos menos importantes noutros momentos se tornam centrais.

A crise constitui o teste ácido à capacidade de liderança dos dirigentes. Para ajudar o leitor a passar no teste, proceda do seguinte modo:
  • Discuta o modo como a organização interpreta a crise. Explicite essa leitura e as suas implicações. Não as esconda.
  • Trabalhe conjuntamente a razão e a emoção organizacionais, para que a crise não tome conta da organização – e seja a organização a gerir a sua própria situação.
  • Assuma que a crise se combate com mais inovação e otimismo – e não com mais rigidez e pessimismo. Liderar em tempo de crise é uma espécie de exercício contraintuitivo de judo organizacional: em vez de se deixar ir com a crise, use a energia que a crise liberta para combater a própria crise.