Se você, assim como eu, está buscando recolocação profissional (e hoje somos 14,2 milhões de pessoas desempregadas no país, segundo dados do IBGE), este artigo é para você.

Aqui compartilho algumas, das muitas lições que venho aprendendo neste meu momento de transição de carreira. Espero que possam ser úteis. 

Organize sua rotina

Procurar trabalho dá trabalho. Há muitas atividades a serem cumpridas: preparar ou atualizar currículo e carta de apresentação, mapear vagas, realizar cadastramentos em sites de empresas e consultorias, fazer contatos, entrevistas, testes online e tantas outras atividades. Portanto, tenha disciplina e foco nos seus objetivos.

Neste momento da sua vida, procurar trabalho é o seu trabalho. Dedique-se a ele para que possa obter resultados positivos. 

Não adianta sair atirando para todos os lados

Esta estratégia simplesmente não funciona.

Se você está confuso, é hora de organizar as idéias.

Precisa ter um objetivo claro, antes de começar a mandar currículos. A definição do alvo é fundamental para o sucesso no longo prazo.

Também é importante se candidatar somente às vagas para as quais você atenda o perfil requerido. Não adianta se candidatar a todas as vagas que vê, mesmo que não atenda os requisitos divulgados. Este é um esforço inútil e que só gera mais ansiedade, principalmente se os tais requisitos estão destacados como ‘imprescindíveis’. 

Personalize o seu currículo

Um erro muito comum é acreditar que atualizando o currículo uma única vez, antes de começar a divulgá-lo ao mercado, ele está pronto para qualquer vaga que venha a se candidatar.

Na prática, não funciona bem assim.

Ao se candidatar a uma vaga, é importante que você adapte o seu currículo para destacar os requisitos mais relevantes para a posição de seu interesse, ou seja, deixar em evidência para o recrutador o que está sendo solicitado no anúncio (e que você possui).

Não significa mencionar o que você não tem só porque o anúncio pede. Faltar com a verdade é o caminho mais curto para você não ser aprovado no processo seletivo.

Esta é uma etapa que dá trabalho (lembra do título deste artigo?), mas é altamente recomendável. A minha experiência tem me mostrado que a proporção é quase 1 X 1, ou seja, um currículo diferente para cada vaga que me candidato. Dificilmente consigo aproveitar uma versão já customizada.

Um exemplo: a empresa ABC requer experiência com seleção para força de vendas. Então, vou destacar tudo o que fiz e os resultados que alcancei com este público. A empresa XYZ destaca que precisa de um profissional com experiência em gestão de equipe, de fornecedores e em projetos de recrutamento e seleção. Então serão estes pontos que terão maior destaque no meu currículo e não mais a minha experiência com força de vendas. Note, que eu já fiz tudo isso em minha trajetória profissional, portanto, não estou inventando nada. Apenas, descrevo e organizo as informações de forma diferente, avaliando o que deve ser mantido, excluído ou inserido nesta nova versão do meu currículo. 

Mantenha-se atualizado

É importante estar pronto para quando as oportunidades chegarem. E são muitas as formas de manter-se atualizado. Eis algumas:

·        Participar de grupos que façam sentido para a sua carreira e para os seus objetivos profissionais;

  • ·         Fazer cursos em sua área de interesse e participar de palestras, seminários e workshops. Tem muito evento gratuito e de qualidade, que além de ser uma excelente fonte de conhecimento (adquirir e/ou atualizar) é, igualmente, uma excelente fonte de networking. Há também os cursos online, muitos deles gratuitos.
  • ·         Leituras: de livros, revistas, jornais, internet... enfim, todas aquelas que quando estávamos trabalhando entravam na fila para ler depois por absoluta falta de tempo. Aproveite, o momento chegou.
  • ·         Benchmarking: não é porque está temporariamente fora do mercado de trabalho que você vai se descuidar e distanciar-se das melhores práticas de mercado. Entender o que está mudando no cotidiano profissional e quais são as tendências na sua área de atuação é altamente recomendável. 

Networking

Esta, talvez, tenha sido a lição mais preciosa que aprendi (e a mais difícil também, dado ao meu perfil mais low profile): invista em networking.

Comece mapeando quem são os contatos que pode acionar: colegas de trabalhos antigos, pessoas que estudaram com você, família, pessoas que conheceu em cursos/eventos da sua área, profissionais com quem já fez negócios antes, pessoas que já passaram ou estão passando pelo mesmo momento que você e monte a sua lista de contatos. Inicialmente, ela não precisa ser longa (e provavelmente não será). Preocupe-se mais com a qualidade do que com a quantidade das conexões. Com o passar do tempo, ela tende a se estender, ou seja, naturalmente você irá ampliando a sua rede de contatos.

E este contato não pode e nem deve ficar restrito às redes sociais e/ou e-mails. Estas podem servir como o ponto de partida ou até mesmo como um meio para encontrar assuntos em comum, mas não substituem uma conversa pessoalmente, o bom e velho ‘olho no olho’. Um convite para um café, almoço ou happy hours podem render boas oportunidades.

Mas seja objetivo e sensível à disponibilidade da outra pessoa. Não perca de vista que, se ela está trabalhando, a agenda dela pode estar menos disponível que a sua. Respeite isso.

Embora, neste momento, você esteja (re)ativando estes contatos por uma necessidade clara e específica – a de recolocação – pense de que maneira você pode estabelecer uma troca com a pessoa contatada, de que maneira você pode contribuir com ela para que ambos os lados saiam ganhando. 

Por tudo que descrevi acima, fica claro porque procurar trabalho dá tanto trabalho. E esta é apenas uma parte de todas as ações que nós candidatos podemos e devemos fazer.

Temos que trabalhar duro pela nossa recolocação e ter paciência. A nossa hora chegará.