É um erro capital teorizar antes de se ter os dados. Invariavelmente começamos a torcer os fatos para se ajustarem à teoria, em vez de ser a teoria a ajustar-se aos fatos. Sherlock Holmes.

Quando o assunto é análise de indicadores e cenários por meios de séries históricas, quanto melhor analisados mais eficazes serão os planos de ação implementados. Análises com números expressivos ajudam a entender a causa raiz e servem como base para uma explicação mais rápida ou uma apresentação de resultados.

Com base nas metodologias de análise, resolvi compilar 4 medidas imprescindíveis para interpretação de resultados. São cálculos simples e eficazes que turbinarão sua análise e ajudarão a mapear suas ações.

1.Taxa de crescimento ou % de variação (?%), com dois elementos.

Explicação: Este cálculo permite conhecer o quanto cresceu (ou decresceu) um valor em relação ao último valor registrado. Esta regra se aplica apenas a 2 elementos e demonstra a real variação de “B” em relação a “A”

Exemplo: O faturamento da empresa em Março foi de R$ 50.000,00 e em Fevereiro foi de R$ 39.000,00. Qual foi a taxa de variação ou crescimento de Março em relação a Fevereiro?

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Demonstração: 50.000/39.000=1, 2820 -> (1,2820)-1×100= 28,20%

Resultado: O faturamento da empresa cresceu 28% em março, se comparado com o mês anterior.

Outras aplicações: Esta análise também se aplica a elementos não monetários, por ex. O índice de absenteísmo de janeiro foi de 3% ao passo que em fevereiro foi de 2,4%, analisando o indicador podemos dizer que houve uma melhora no índice de 20% em relação ao mês anterior.

Dica: Dependendo do indicador, um resultado negativo pode significar melhora (absenteísmo, insatisfação do cliente) e um resultado positivo (despesas, endividamento), pode significar piora!

2.Taxa de crescimento ou % de variação (?%), em série histórica.

Explicação: Este cálculo permite conhecer a média de variação ou crescimento quando se tem uma série histórica ou mais de 2 elementos. A interpretação é a mesma da taxa de crescimento citada no item 1.

Exemplo: Qual foi a taxa de crescimento da carteira do plano de saúde “A”, observando o número de vidas: Set/15: 150.000; out/15: 148.000; Nov/15: 151.000; Dez/15: 149.000

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Demonstração: 149.000/150.000=0,9933 -> 0,9933^1/4=0,9933^0,25=0,9983 ->0,9983-1 x 100= -0,17%

Resultado: O plano de saúde “A” teve uma perda de 0,17% em sua carteira no período de set/15 a dez/15.

Dica: No Excel a exponenciação é realizada pelo símbolo circunflexo (^). Para não errar no cálculo, é necessário colocar o 1/n entre parênteses, pois do contrário ele vai ler o resultado elevado a 1 e divido por N. Assim a exponenciação correta no Excel é x^(1/n)

3.Taxa de equivalência, composição ou participação.

Explicação: Esta taxa permite conhecer qual o % de equivalência de um elemento dentro de um todo. Ou seja, dado um montante x, e suas respectivas partes y, z, w, qual é a participação de cada uma delas.

Exemplo: Uma conta médica foi enviada no valor de R$ 5.600,00. Deste valor foram glosados R$ 768,00. Qual é o percentual de glosa sobre o faturamento enviado?

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Demonstração: 768,00/5.600,00 =0,1371 x 100 -> 13,71%

Resultado: Do faturamento enviado, 13,71% foram glosados.

Outras aplicações: Este indexador é melhor visualizado em gráficos pizza, pois demonstra a equivalência de cada item. Sempre será utilizado para definir um % dentro do grupo analisado.

 

4.Tendência

Explicação: A tendência linear de um dado conjunto de índices permite prever o futuro através de dados passados. Para analisar a tendência simples não podemos deixar de considerar a sazonalidade (mudanças abruptas em um índice motivados por eventos externos), o comportamento habitual (frequência de ocorrência de dados), desvios de reta ou curva (índices que fogem do padrão e não são afetados por sazonalidades). Há várias formas de calcular a tendência de um indicador e dependendo do grau de assertividade que se deseja serão necessárias regras estatísticas. Para efeitos de análise de indicadores e tendências aproximadas podemos utilizar o Excel (gráficos de tendência) ou fórmulas simples:

Exemplos: Podemos utilizar a linha de tendência para “prevermos” o comportamento de todos os indicadores que possuam série histórica medida. No entanto, para efeitos de normas (ISO/ONA) não há necessidade de cálculos complexos para aproximação real, uma vez que o Excel desconsidera efeitos anormais na tendência.

Gráficos de tendência: Para analisar a tendência de uma série histórica basta gerar o gráfico e adicionar a linha de tendência. A forma mais utilizada é a tendência linear. Caso queira entender qual a melhor linha de tendência,coloco-me à disposição para orientações. Meu contato: gestorsaudek@gmail.com

Cálculo da tendência por média: Outra forma de calcular a tendência de um indicador é extrair os efeitos de distorção e calcular a média simples do conjunto.

Cálculo da tendência por fórmula Excel: Para descobrir qual será o valor futuro em uma determinada série histórica, pode-se usar a fórmula =TENDÊNCIA(). Basta selecionar a célula que se deseja preencher, aplicar a fórmula e escolher todos os números que compõe a matriz histórica.

Espero que estas fórmulas possam ser de grande utilidade nas análises de seus indicadores, caso precisem de mais dicas, estou à disposição.